sexta-feira, abril 28, 2006




CIDADÃO COMUM ARDE EM FOGO
Vadim Somokatov

Uma história inteiramente extraordinária foi-me contada por conhecidos por estes dias.
Eles teriam visto com os próprios olhos como o rosto de um certo homem incendiou-se por si mesmo.
Ia um homem pela rua, disseram, e não tendo tocado em ninguém, de repente, sem mais nem menos, segurou o rosto com as mãos, começando a sair dentre seus dedos visivelmente fumaça. Testemunhas deste acontecimento cercaram a vítima. Quando o homem retirou a mão do rosto, todos viram na face visíveis sinais de queimadura.
Eu, entende-se, imediatamente propus que, em vez disso, o homem que se queimou simplesmente tentava fumar, e uma porção de gás ou gasolina do isqueiro de alguma lhe caiu no rosto e pegou fogo.. Comigo houve isto, quando simplesmente agitei fortemente o isqueiro. Mas começaram a afirmar não houve nada disso. Com a vítima não havia nenhum isqueiro e nem sequer fósforos.. “Nós – esclareceu orgulhosamente meu amigo – tornamo-nos testemunhas visuais de um raro fenômeno, conhecido como auto-combustão espontânea de pessoa humana.”
Falando sinceramente, nunca vi nada de semelhante, e assim em todo este milagre creio pouco. Entretanto...na natureza existe muito mistério, e a alguns fenômenos a ciência atual ainda não pode dar esclarecimento. Neste número também o da combustão espontânea do ser humano. Então, como tais fatos de qualquer forma existem, queira-se ou não, é preciso tomar conhecimento.

Julgando pelo todo, o primeiro caso de auto-combustão humana se encontra já no ano de 1663. Mas o interesse por este fenômeno foi causado na sociedade pela publicação em 1763 do livro do francês Lupon, no qual minuciosamente são relatados alguns fenômenos semelhantes. Lupon foi levado a escrevê -lo pelo fato acontecido com Nicole Millet, o qual foi acusado do assassinato de sua mulher. Aconteceu o seguinte: no ano de 1725 em Reims foi achada a esposa do morador do lugar de nome Millet, equeimada na cosinha, à distância de um pé e meio da lareira e “de todo o corpo restavam apenas alguns pedaços da cabeça, perna e espinha...” A suspeita recaiu sobre o marido. Entretanto, depois de algum tempo Millet foi libertado. Segundo escreveram as gazetas da época, “depois da investigação deste caso reconheceram que sua mulher morrera por auto-combustão.”
Até a metade do século XIX foram determinados já cerca de quinze casos de auto-combustão. Além disso, neste número estão incluídos não poucas histórias com matizes criminais.

Uma delas ocorreu em 1787 com o padre italiano Bertolli: as pessoas que se aproximaram atraídas pelo barulho e o grito no quarto onde havia pouco rezave o padre, viram-no “ estendido sobre o solo, cercado de pálidas chamas, que se apagavam à medida que se aproximaram e terminarem por desaparecer por completo”.No dia seguinte “observando atentamente o doente”, o cirurgião descobriu que “ a pele do membro superior direito estava inteiramente separada das partes inferiores, pendentes, havendo exatamente o mesmo no espaço entre os ombros e os quadris”. Enquanto que o chale que, imediatamente após sua chegada em casa o padre “mandava colocar entre o corpo e a camisa...foi encontrado completamente inteiro, sem o menor sinal de combustão incipiente; as roupas de baixo também conservavam-se intactas”.
Consta que Bertolli não foi o único caso de padre “auto-consumido”. Na primavera de 1933 os fiéis de pequena paróquia na cidade peruana de Orellano foram testemunhas de espetáculo que os impressionou. Tendo lido a prédica, o pastor furiosamente condenava os pecadores, os quais esperam as chamas do inferno. De repente, todos viram como do peito do eclesiástico jorraram chamas, e em instantes ele transformou-se em tocha de fogo. No ambão os investigadores encontraram as roupas intactas, dentro das quais escurecera um punhado de cinzas...
Em 1852 Charles Dickens em seu livro "Bleak House" (A casa erma, fria) descreveu o fim do herói de nome Crook (ébrio inveterado) por combustão espontânea. Após a publicação do romance o filósofo e crítico inglês George Henry Lewis declarou que tal fato era impossível, e acusou Dickens de ignorancia.
Entretanto, no prefácio da segunda edição do livro o escritor deu claramente a conhecer que, antes de descrever tal morte de Croock, ele atentamente estudou 30 casos realmente existentes de casos de auto-combustão de pessoas. Tentativas de esclarecer este fenômeno reduziram-se a isto: que como vítimas de auto-combustão pereceram pessoas que abusaram do álcool. Segundo a teoria aceita, o organismo a tal ponto se embebeu de álcool, que pôde inflamar-se à menor fagulha. Mas em muitos casos as vítimas geralmente não consumiam álcool nem fumavam. Outros pesquisadores propuseram que a auto-combustão era condicionada pela conjugação de eletricidade e “gases” no corpo.

Depois, o interesse pela combustão espontânea um tanto arrefeceu. Novamente se falou neste fenômeno em 1951, quando em 2 de julho num apartamento da cidade americana de Saint Petersburg, no estado da Flórida, foi encontrada a viúva de 67 anos Mary Reeser, mais precisamente, o que dela restou: um montículo de cinzas, o crânio e a perna esquerda, que não foi absolutamente tocada pelo fogo, e os chinelos...Praticamente nada mais no apartamento foi atingido. Além deste, apareceram comunicações de casos semelhantes não esclarecidos.
No mesmo ano algo parecido aconteceu com Helen Conway, de Drexel- Hill, estado da Pensilvânia (EUA). Quem a encontrou foi a neta, que saíra havia alguns minutos do quarto. Os bombeiros em seu relatório comunicaram que “Hellen Conway foi consumida em menos de seis minutos. Suas pernas não foram tocadas pelo fogo, ao mesmo tempo que toda a parte superior do corpo foi praticamente toda consumida.”.
Em maio de 1953 em Los Angeles foi encontrada Ester Dublin, de 30 anos. Pelo fogo foram consumidos ela e a cadeira sobre a qual estava sentada..
Em 1957 na cidade de West-Philadelfia foi encotrada em seu apartamento inteiramente queimada a senhora Anna-Maria. Seu filho, bombeiro de profissão, informou que quando chegou em casa, ela estava fria e não viu fogo algum.
Em 31 de janeiro de 1959 num abrigo para idosos pegou fogo Jack Larder, de 72 anos.

Em novembro de 1960 na estrada em direção a Pike no estado de Kentucky em um carro foram encontrados cinco corpos carbonizados de homens, sentados nas poses mais livres. Um investigador assegura que não havia qualquer indício testemunhando tentativa das vítimas de sair do carro.
O que sobretudo frustra as tentativas dos pesquisadores de esclarecer o fenômeno, não é somente o caráter súbito, mas também que, os materiais facilmente inflamáveis (vestimentas, roupas de cama, madeira) que se encontram junto à vitima permanecem inteiros e intactos.

Assim foi, por exemplo, em 1992 em Sidney com Ron Prist, totalmente incinerado com sua gravata. Desta forma, travesseiros nada sofreram, estando a um metro de um fogo infernal! Do ponto de vista clássico da física e da química, a combustão instantânea de corpo humano vivo, constituído de dois terços de água, é simplemente inadmissível.
Foi descrito grande número de inexplicáveis “incêndios dentro de pessoas vivas”, ocorridos em distintos lugares e tempos diferentes, neste número, no decurso dos últimos vinte anos. Científicamente foi estabelecido que, para a obtenção de tais “efeitos”, é necessária uma temperatura das chamas da ordem de 3 000 graus. Lamentavelmente, mesmo no século XXI, nem médicos, nem cientistas não tiveram sucesso em substancialmente se aproximar da explicação do fenômeno. Compreende-se, há um número de teorias. Algumas delas soam como verossímeis, mas outras, não muito. Por exemplo, conforme a teoria do professor da universidade de Brooklin, Robin Beach, “em algumas pessoas concentra-se interiormente eletricidade estática, a qual transforma o homem em material facilmente inflamável.”


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