quarta-feira, junho 21, 2006

Igreja de Nossa Senhora do Carmo, em Ouro Preto.


As pesquisas eleitorais

e a urna eletrônica

Ana Prudente

Publicado em 29/05/2006.

Se você caminhar pelas ruas e para perguntar aos transeuntes sobre a intenção de voto, vai notar que a amostragem não corresponde aos números apresentados pelos institutos recentemente citados na imprensa. Pelo menos nos grandes centros urbanos. Pode-se pensar em várias razões pelas quais essas pesquisas são divulgadas e nenhuma delas parece encaminhar para uma visão realista dos fatos.
O que estaria acontecendo? Em face do crônico centralismo em todos os sentidos encastelado em "Bras-ilha" e nos labirintos da máquina estatal em todos os níveis, o jogo de interesses é muito grande, blindagens se multiplicam para aqueles que conseguem ter mais poder, mais influência ou mais cartas nas mangas. É coisa de uma república que se perdeu no buraco negro do perverso modelo de Estado que predomina com cada vez mais força.
É preocupante a associação dos números apresentados pelas "pesquisas" considerando a utilização da urna eletrônica para as eleições. Sim, porque não temos nada contra a urna eletrônica, mas pela inexistência da prova física de cada voto, o que poderia garantir a lisura dos resultados. O Referendo sobre o Desarmamento pode ter sido apenas uma manipulação no sentido de "provar a lisura" das urnas, que apontaram um resultado de 64% pelo NÃO, enquanto todas as pesquisas oficiais apontavam cerca de 85% para o SIM. Não se descarta, portanto, a hipótese de que o Referendo, cujo resultado em nada mudou o Estatuto do Desarmamento, pode ter sido uma grande farsa para promover a confiança popular na utilização desses aparatos eletrônicos.
Estamos preocupados com a confirmação dessa hipótese, mesmo nos arriscando a formular uma "teoria de conspiração". Ocorre que Hugo Chavez conseguiu ganhar tempo ao ordenar que o Tribunal Eleitoral da Venezuela anulasse mais de 800 mil assinaturas na primeira coleta para propor o recall popular, de forma que, na segunda coleta, reconhecida pelo órgão eleitoral, o referendo fosse feito com urnas eletrônicas fornecidas pelo Brasil. Curiosamente, Chavez "venceu" o referendo. Não se deve esquecer a correria que foi implantar o sistema na Venezuela, passando por todas as exigências legais, licitações, etc., até a necessária informação e educação ao Povo para a utilização do novo sistema, tudo em apenas 90 dias!
A continuação do centralismo poderá nos levar, seguramente, à uma situação inusitada, inimaginável para uma Nação como o Brasil, já colocada no mesmo nível da Bolívia. Afinal, quando o Sr. Pedro Stedille oferece "tropas" do MST para ajudar a Bolívia, quando se chega a um milhão de acampados que vão ser financiados com o dinheiro do Povo sob a forma de bolsas federais, não se pode imaginar outra coisa senão, problemas muito sérios para o Brasil e seu povo ordeiro, trabalhador e pacifico.
Há que se movimentar objetivamente no foco dos problemas, criando um contra-movimento, federalista, pela cessação da centralização progressiva e, a médio prazo, dentro do processo democrático, a descentralização dos poderes para uma nova federação plena das autonomias estaduais e locais. O câncer está se espalhando. Logo não haverá o que se fazer...


Para saber mais sobre os perigos da urna eletrônica.







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