sábado, abril 05, 2008



A lei das células -tronco:
O prazo pode permanecer


Prof.Dr. Lukas Kenner
2 de abril de 2008

Há décadas existem estabelecidas terapias com células-tronco bem sucedidas .
Certamente com células-tronco adultas, originadas ou do próprio paciente ou de doadores adultos.
Já em 1990 Edward D.Thomas recebeu o Prêmio Nobel de Medicina por terapia com células-tronco adultas. Cada vez mais é aplicado na terapia ou na pesquisa, como valiosa fonte de células-tronco adultas, o sangue de cordão umbilical doado, antes descuidadamente rejeitado como "restos de parto".
A bem sucedida terapia do enfarte cardíaco com células-tronco adultas foi desenvolvida na Alemanha. Seu pioneiro em todo o mundo, Bodo E.Strauer trabalha na Universidade de Düsseldorf,não nos Estados Unidos ou no Japão.
Há poucas semanas relatou o Professor Strauer em audiência na Câmara Federal a respeito da Lei sobre as células-tronco ( ver:Import von Stammzellen: Einmal ist jedesmal)
que ele "em tempo algum" precisou fazer testes com células- tronco embrionais humanas(CtEH).
A previdência social alemã (Krankenkasse) paga esta terapia com células-tronco adultas.
A Alemanha é lider mundial na pesquisa de células-tronco para fins terapêuticos.


Milhares de estudos clínicos
No mundo inteiro estão em curso milhares de estudos clínicos em seres humanos com
células-tronco adultas.
Apenas o registro americano www.clinicaltrials.gov cita cerca de 2000 estudos clínicos com células-tronco adultas.
Com células tronco embrionais, ao contrário, não há no mundo nenhum estudo clínico.
Porque não há aplicações terapêuticas de células-tronco embrionais, das quais se ouve sempre afirmar que elas são muito melhores, muito promissoras?
Entre as células-tronco embrionais e as adultas existem grandes diferenças funcionais.
As primeiras podem formar todo tipo de célula do organismo.
Sua tarefa natural é a construção do conjunto de células e órgãos na primeira fase do desenvolvimento de um embrião em crescimento. Células-tronco embrionais são "construtoras".
Quando se arranca células-tronco embrionais de seu ambiente natural coordenador, o embrião intacto, elas se comportam como pluripotentes células tumorígenas, com todas as consequëncias de um tumor maligno. Elas formam todos os tipos de células do organismo, mas sem coordenação:um teratoma.



As células-tronco adultas são a "tropa de reparação"
As células-tronco adultas, ao contrário, que são células previstas pela natureza para a constante regeneração de um organismo desenvolvido, são a "tropa de reparação".
Sua aplicação numa terapia corresponde à sua missão natural. A célula-tronco adulta é feita para fins regenerativos, para a cura.
Isto deveria a célula-tronco embrional primeiro aprender dela, e não ao inverso, como os partidários do adiamento do prazo (da votação da lei) afirmam.
É claramente ilógico que a pesquisa das células-tronco embrionais deva ser uma "conditio sina qua non" para o desenvolvimento de bem sucedidas terapias com células-tronco adultas.
Em nenhuma das terapias com com células-tronco adultas, que em parte foram aplicadas desde os anos quarenta, se reconhece algum papel essencial da pesquisa com células-tronco embrionais.
Estão as "antigas" linhas importadas pela Alemanha "contaminadas" , "poluídas", conforme se diz às vezes, por células nutrientes animais e soro fetal de vitela, e por isso inutilizáveis?
De forma alguma: o pioneiro das células-tronco Thomson poude publicar em 2006 uma técnica que afasta completamente a contaminação animal alegada pela Comunidade de Pesquisa da Alemanha.
A firma americana Geron é citada no parecer da CPA como única testemunha de uma possibilidade de aplicação terapêtica de células-tronco embrionais humanas (CtEH).
Entretanto, a Geron aplica a "antiga" linha CtEH de Thomson, "H7", de 1988 para estudos pré-clinicos e quer começar o primeiro estudo clínico mundial em seres humanos.


Nenhum ser humano ainda curado
Na aplicação humana de CtEH ou seus derivados hoje não se pode pensar, por causa do enorme risco de tumor, de quase 100%.
Células-tronco embrionais custaram milhares de vidas de cobaias animais, mas no mundo inteiro nenhum ser humano foi curado.
A pesquisa de células-tronco embrinais é uma pesquisa de base. A temida rejeição por causa de contaminação animal para isso é praticamente irrelevante.
Mas como se apresenta a ausência de possível contaminação animal em "novas" linhas de CtEH ? No registro europeu de células-tronco http://www.blogger.com/www.hescreg.eusão mais da metade das cerca de 260 linhas de CtEH não utilisáveis ("not available").
Nenhuma linhas utilisáveis de CtEH foi estabelecida e cultivada livre de elementos de nutrição animal ("xeno-biotic-free").
Há sabidamente apenas uma linha de CtEH realmente pura. Esta linha, "SA611" da firma sueca Cellartis, entretanto não está disponível (available).
Falando claramente: com o adiamento do prazo não ficaria nenhuma linha "xenolivre" à disposição da pesquisa alemã.
Junto ao departamento de saúde americano NIH no momento estão registradas sessenta linhas de CtEH, que foram estabelecidas antes do prazo limite americano ( 9 de agosto de 2001) e como também antes da data limite alemã (1° de janeiro de 2002).
Quer dizer isso que, depois da adoção da Lei das Células-tronco em 25 de abril de 2002, o número de linhas importáveis de CtEH diminuiu dramaticamente e por isso o adiamento da data limite é necessário? Este argumento é o pilar de sustentação do projeto de lei de René Röspel, que o prazo limite deve ser "uma vez" adiado.



Células-tronco embrionais: Há alternativas
O próprio NIH dá uma clara resposta online, em "frequently asked questions":
Em abril de 2002 havia no NIH exatamente uma linha de CtEH disponível, em 2004 eram elas desessete e hoje, das sessenta registradas, estão vinte e uma disponíveis. Suficientes, em tempo previsível, para a pesquisa de base.
Hoje estão claramente mais linhas conformes ao prazo disponíveis do que na época da adoção da lei.
Na medida em que se trata de pesquisa fundamental com células pluripotentes, hoje as células-tronco não estão sem alternativa. O pesquisador celular japonês Shinya Yamanaka conseguiu constituir " células-tronco pluripotentes induzidas"
a partir de células de pacientes, com propriedades iguais à das células-tronco embrionais (CtPI). Certamente, exatamente ´porque elas são análogas às células-tronco embrionais, elas estão sujeitas às mesmas desvantagens, particularmente a formação de teratomas, o que adia sua aplicabilidade clínica para um incerto, longínquo futuro.
Mas para a pesquisa fundamental, as CtPIs são uma coisa fantástica. Mesmo o criador da ovelha clonada Dolly, Jan Wilmut, mudou de opinião completamente e se despediu da clonagem, como a edição de abril da revista "Imagem da ciência" acentua: "Uma coisa eu lhes posso assegurar. Até minha aposentadoria ficarei fiel às CtPI."


Não exagerar a " Ética da cura"

Enquanto a pesquisa fundamental com CtPI e CtEH é hoje possível, melhor do que em 2002, a terapia e a pesquisa clínica com pacientes não obstante se fazem apenas com células-tronco adultas.
No décimo ano de pesquisa mundial com células-tronco embrionais humanas, expectativas terapêuticas inteiramente utópicas se desvaneceram.
É tempo de fazer um balanço realista. Não estaremos exagerando a "ética da cura"?
Os sucessos terapêuticos das células-tronco adultas e as novas, eticamente não problemáticas pluripotentes CtPIs, se opõe claramente a uma inegável instrumentalização de embriões humanos.
Trazer de volta à realidade um debate conduzido emocionalmente facilitaria à política tomar uma decisão baseada em fatos e eticamente responsável.




O patologista molecular Lukas Kenner é professor na Universidade de Medicina de Viena.
Ele pesquisa no Instituto Luswig-Boltzmann de Oncologia com a ajuda de células-tronco embrionais de cobaias em modelos animais de ocorrências cangerígenas bem como possíveis ações terapêuticas.




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