sábado, março 29, 2008

Polícia Federal entrega plano estratégico
ao ministro da Justiça


Comentário

Luiz Carlos Siqueira Campos

Estratégia é um plano de utilização de todos os recursos em vista
de se atingir um objetivo determinado.

Qual é, no caso, o objetivo que se propõe a Polícia Federal ?
Colaborar de forma subsidiária para a segurança da Federação ...
ou, aproveitando-se da incapacidade das políciais estadais,
concentrando poderes e prerrogativas, transformar-se na única
força nacional respeitada, capaz de tranquilizar um país à beira
do pânico diante de uma criminalidade desenfreada?...
A julgar pelo que se vê, receio que a última hipótese se confirme.
Pois, da parte dos esquerdistas instalados em Brasília não se vê
nenhuma medida que tenda, eficazmente, a jugular a criminalidade, combatendo-a em suas causas e reprimindo-a em sua ações.

É evidente para qualquer observador de bom senso, que na raiz da
marginalização moral e social de grande parte dos jovens - constituem eles
a "aile marchante" do crime - está a falência da família brasileira,
( imoralidade>droga>crime ) independentemente de classe social.

Sabotada por um legislação que equipara a família cristãmente constituida
a uma união de degenerados, bombardeada impunemente por uma
propaganda dissolutora da moralidade, glorificalora do adultério e
da união ilegítima,
a instituição que foi, é e será a célula inicial
da sociedade, entre nós agoniza.
E sua morte precederá de pouco o caos definitivo que sepultará
o que resta de civilização cristã na outrora chamada Terra de Santa Cruz.
Falar de repressão à criminalidade, nestes quatro anos decorridos da entrada
em vigor do Estatuto do Desarmento, é ignorar a brutal realidade que nos aguarda ao transpormos a porta de nossa (relativamente segura) residência.
Pois os ambientes públicos estão entregues ao arbítrio de criminosos desalmados, mas jamais desarmados...e de uma polícia sempre ausente do local do crime.
Pelo que vemos, infelizmente, o plano dos "federais", no que tenha de bom,
não passará de mais uma tentativa de "enxugar gelo em dia quente".

quinta-feira, março 27, 2008


Padre acusado de abusar de coroinhas
é condenado em SC



Comentário
Luiz Carlos Siqueira Campos

A ação torpe, sacrilegamente escandalosa pela qual foi condenado este infeliz ministro de Deus dispensa comentários.
O que merece consideração são as circunstâncias que permitiram que essas torpezas se prolongassem sem reação imediata.
Da parte das vítimas, creio que houve...
Da parte de quem as devia coibir e punir, a autoridade eclesiástica, nestes tempos pós-conciliares, duvido muito!
Pois os superiores, se reconhecem relutantemente os desmandos de seus subordinados, jamais, que eu saiba, tomam a iniciativa de
amputar o membro podre de sua congregação, como ensina
Cristo Nosso Senhor no Evangelho: "Ai daquele que escandalisar um destes pequeninos...
melhor seria que lhe atassem uma mó ao pescoço e o lançassem ao fundo do mar!" Segundo o "espírito" do Concílio Vaticano II isto já não seria caridoso...
Este aspecto da questão, a proteção recíproca, a cumplicidade entre os membros de uma organização social, merece mais atenção. Pois isso não se limita ao clero...


Nesta semana a Rádio Banda B ( Curitiba) noticiou um crime atroz.
Numa confusão ocorrida na saída de um jogo de futebol, um torcedor (empregado de uma multi-nacional e chefe de família) entrou em altercação com um policial. Sacando este da arma e começando a atirar, o torcedor fugiu em direção a uma viatura policial estacionada , gritando por socorro. Os policiais sairam da viatura e, de arma na mão, assistiram indiferentes o colega assassinar friamente o pobre homem que, deitado deitado diante deles implorava por sua vida...
Não ouvi mais nenhum comentário sobre o assunto. Segredos corporativos...
O mundo que nos cerca está ficando uma selva, com seres humanos
se transformando em feras - piores do que as criadas por Deus, pois estas
não tem pecado original, seguindo apenas instintos ordenados – e na selva, são os mais fortes que fazem a lei...
Vae solis! Ai dos fracos, dos isolados, que imaginam se salvar sozinhos.
Mas para quem tem Fé, acima de todas as leis está o poder de Deus.

segunda-feira, março 17, 2008


A Via Sacra que abaixo está sendo publicada,
de autoria de Plínio Corrêa de Oliveira,

é uma compilação de duas.
A primeira delas, publicada em 1943 no jornal da arquidiocese de

São Paulo, o "Legionário"; a segunda, em 1951 no mensário "Catolicismo".
Ambas, em sua integridade, podem ser encontradas no endereço http://www.pliniocorreadeoliveira.info/livros.asp



VIA SACRA

I Estação


Jesus é condenado à morte

V. Adorámus te Christe et benedícimus tibi.

R. Quia per sanctam Crucem tuam redemísti mundum.



Conspiraram contra Vós, Senhor, os vossos inimigos.
Sem grande esforço, amotinaram o populacho ingrato,
que agora ferve de ódio contra Vós. O ódio.
É o que de toda parte Vos circunda, Vos envolve como uma nuvem densa,
se atira contra Vós como um escuro e frio vendaval.
Ódio gratuito, ódio furioso, ódio implacável:
ele não se sacia em Vos humilhar,
em Vos saturar de opróbrios, em Vos encher de amargura;
vossos inimigos Vos odeiam tanto, que já não suportam
vossa presença entre os viventes, e querem a vossa morte.
Querem que desapareçais para sempre, que emudeça
a linguagem de vossos exemplos e a sabedoria de vossos ensinamentos.
Querem-Vos morto, aniquilado, destruído.
Só assim terão aplacado o turbilhão de ódio que em seus corações se levanta.


Séculos mesmo antes que nascêsseis, já o Profeta previa esse ódio
que suscitaria a luz das verdades que anunciaríeis,
o brilho divino das virtudes que teríeis:
"Meu povo, que te fiz Eu, em que porventura te contristei?" (Miq. VI, 3).
E interpretando vossos sentimentos a Sagrada Liturgia
exclama aos infiéis de então e de hoje:
"Que mais devia Eu ter feito por ti, e não fiz?
Eu te plantei como vinha escolhida e preciosa:
e tu te converteste em excessiva amargura para Mim;
vinagre Me deste a beber em minha sede,
e transpassaste com uma lança o lado de teu Salvador" (Improperia).


* * *
Tão forte foi o ódio que contra Vós se levantou,
que a própria autoridade de Roma, que julgava o mundo inteiro,
abateu-se acovardada, recuou e cedeu ante o ódio
dos que sem causa alguma Vos queriam matar.
A altivez romana, vitoriosa no Reno, no Danúbio, no Nilo
e no Mediterrâneo, afogou-se na bacia de Pilatos.

"Christianus alter Christus", o cristão é um outro Cristo.
Se formos realmente cristãos, isto é, realmente católicos,
seremos outros Cristos.
E, inevitavelmente, o turbilhão de ódio que contra Vós se levantou,
também contra nós há de soprar furiosamente.
E ele sopra, Senhor! Compadecei-Vos, ó meu Deus,
e dai forças ao pobre menino de colégio, que sofre o ódio
de seus companheiros porque professa Vosso nome e se recusa
a profanar a inocência de seus lábios com palavras de impureza.
O ódio, sim. Talvez não o ódio sob a forma de uma invectiva desabrida e feroz,
mas sob a forma terrível do escárnio, do isolamento, do desprezo.
Dai forças, ó meu Deus, ao estudante que vacila em proclamar vosso nome
em plena aula à vista de um professor ímpio e
de uma turma de colegas que moteja.
Dai forças, ó meu Deus, à moça que deve proclamar Vosso nome,
recusando-se a vestir os trajes que a moda impõe,
desde que por sua extravagância ou imoralidade
destoem da dignidade de uma verdadeira católica.
Dai forças, ó meu Deus, ao intelectual que vê fecharem-se diante de si
as portas da notoriedade e da glória, porque prega a Vossa doutrina
e professa o Vosso nome.
Dai forças, ó meu Deus, ao apóstolo que sofre a investida inclemente
dos adversários de vossa Igreja, e a hostilidade mil vezes mais penosa
de muitos que são filhos da luz, só porque não consente nas diluições,
nas mutilações, nas unilateralidades com que os "prudentes" compram
a tolerância do mundo para seu apostolado.
Ah, meu Deus, como são sábios vossos inimigos!
Eles sentem que na linguagem desses "prudentes", o que se diz
nas entrelinhas é que Vós não odiais o mal, nem o erro, nem as trevas.
E então aplaudem os prudentes, segundo a carne, como Vos aplaudiriam
em Jerusalém, em lugar de Vos matar, se tivésseis dirigido aos do Sinédrio a mesma linguagem.
Senhor, dai-nos forças: não queremos nem pactuar, nem recuar,
nem transigir, nem diluir, nem permitir que se desbotem em nossos lábios
a divina integridade de vossa doutrina.
E se um dilúvio de impopularidade sobre nós desabar, seja sempre
nossa oração a da Sagrada Escritura: "Preferi ser abjeto na casa de meu Deus,
a morar na intimidade dos pecadores" (Sl. LXXXIII, 11).

Pater Noster. Ave Maria. Gloria Patri.

V. Miserére nostri Dómine.
R. Miserére nostri.

V. Fidélium ánimae per misericordiam Dei requiéscant in pace.

R. Amen.









II Estação

Jesus aceita a Cruz da mão dos carrascos

V. Adorámus te Christe et benedícimus tibi.

R. Quia per sanctam Crucem tuam redemísti mundum.



Mas para isto, Senhor, é preciso
paciência é, pois, a capacidade de sofrer para o bem.
Precisa de paciência o doente que, esmagado
por um mal incurável, aceita resignado a dor que ele lhe impõe.
Precisa de paciência aquele que se debruça sobre as dores alheias,
para as consolar como Vós consolastes, Senhor, os que Vos procuravam.
Precisa de paciência quem se dedica ao apostolado
com invencível caridade, atraindo amorosamente a Vós as almas
que vacilam nas sendas da heresia ou no lodaçal da concupiscência.
Precisa também de paciência o cruzado que toma a cruz,
e vai lutar contra os inimigos da Santa Igreja.
É um sofrimento tomar a iniciativa da luta, formar e manter de pé
dentro de si sentimentos de pugnacidade, de energia, de combatividade,
vencer o indiferentismo, a mediocridade, a preguiça, e atirar-se
como um digno discípulo daquEle que é o Leão de Judá,
sobre o ímpio insolente que ameaça o redil de Nosso Senhor Jesus Cristo.
Oh sublime paciência dos que lutam, combatem, tomam a iniciativa,
entram, falam, proclamam, aconselham, admoestam, e desafiam por si sós
toda a soberba, toda a empáfia, toda a arrogância do vício insolente,
do defeito elegante, do erro simpático e popular!
Vós fostes, Senhor, um modelo de paciência.
Vossa paciência não consistiu, entretanto, em morrer
esmagado debaixo da Cruz quando Vo-la deram.
Conta uma piedosa revelação que quando recebestes
das mãos dos verdugos a vossa Cruz, Vós a beijastes amorosamente e,
tomando-a sobre os ombros, com invencível energia
a levastes até o alto do Gólgota.
Dai-nos, Senhor, essa capacidade de sofrer.
De sofrer muito. De sofrer tudo. De sofrer heroicamente,
não apenas suportando o sofrimento, mas indo ao encontro dele,
procurando-o, e carregando-o até o dia em que tenhamos
a coroa da vitória eterna.


V. Miserére nostri Dómine. R. Miserére nostri.

V. Fidélium ánimae per misericordiam Dei requiéscant in pace.



III Estação

Jesus cai pela primeira vez sob a Cruz

V. Adorámus te Christe et benedícimus tibi.

R. Quia per sanctam Crucem tuam redemísti mundum.

É fácil falar em sofrimento. O difícil é sofrer.
Vós o provastes, Senhor. Como é diferente do heroísmo fátuo e artificial
de tanto soldado das trevas o vosso divino heroísmo, Senhor.
Vós não sorristes em face da dor. Não éreis, Senhor, dos que ensinam
que se passa a vida sorrindo.
Quando vossa hora chegou, tremestes, Vos perturbastes, suastes sangue diante da perspectiva do sofrimento.
E neste dilúvio de apreensões, infelizmente por demais fundadas,
está a consagração de vosso heroísmo.
Vencestes os brados mais imperiosos, as injunções mais fortes, os pânicos mais atrozes. Tudo se dobrou ante vossa vontade humana e divina.
Acima de tudo, pairou vossa determinação inflexível de fazer aquilo para que havíeis sido enviado por vosso Pai.
E quando leváveis vossa Cruz pela rua da amargura, mais uma vez
as forças naturais fraquejaram. Caístes, porque não tínheis força.
Caístes, mas não Vos deixastes cair senão quando de todo não era possível prosseguir no caminho. Caístes, mas não recuastes.
Caístes, mas não abandonastes a Cruz.
Vós a conservastes conVosco, como a expressão visível e tangível
de vosso propósito de a levar ao alto do Gólgota.
Oh, meu Deus, dai-nos graças para que, na luta contra o pecado,
contra os infiéis, possamos quiçá cair debaixo da cruz, mas sem jamais abandonar nem o caminho do dever nem a arena do apostolado.
Sem vossa graça, Senhor, nada, absolutamente nada podemos.
Mas se correspondermos à vossa graça, tudo poderemos.
Senhor, nós queremos corresponder à vossa graça.

Pater Noster. Ave Maria. Gloria Patri.
V. Miserére nostri Dómine.
R. Miserére nostri.
V. Fidélium ánimae per misericordiam Dei requiéscant in pace.

IV Estação

Encontro de Jesus com sua Mãe

V. Adorámus te Christe et benedícimus tibi.

R. Quia per sanctam Crucem tuam redemísti mundum.


Quem, Senhora, vendo-Vos assim em pranto,
ousaria perguntar por que chorais?
Nem a Terra, nem o mar, nem todo o firmamento,
poderiam servir de termo de comparação à vossa dor.
Dai-me, minha Mãe,um pouco, pelo menos, desta dor.
Dai-me a graça de chorar a Jesus, com as lágrimas
de uma compunção sincera e profunda.
Sofreis em união a Jesus.
Dai-me a graça de sofrer como Vós e como Ele.
Vossa dor maior não foi por contemplar os inexprimíveis
padecimentos corpóreos de vosso Divino Filho.
Que são os males do corpo, em comparação com os da alma?
Se Jesus sofresse todos aqueles tormentos, mas ao seu lado
houvesse corações compassivos!
Se o ódio mais estúpido, mais injusto, mais alvar, não ferisse
o Sagrado Coração enormemente mais do que o peso da Cruz
e dos maus tratos feriam o Corpo de Nosso Senhor!
Mas a manifestação tumultuosa do ódio e da ingratidão
daqueles a quem Ele tinha amado...
A dois passos, estava um leproso a quem havia curado...
Mais longe, um cego a quem tinha restituído a vista...
Pouco além, um sofredor a quem tinha devolvido a paz.
E todos pediam a sua morte, todos O odiavam, todos O injuriavam.
Tudo isto fazia Jesus sofrer imensamente mais
do que as inexprimíveis dores que pesavam sobre seu Corpo.
E havia pior. Havia o pior dos males.
Havia o pecado, o pecado declarado, o pecado protuberante, o pecado atroz.
Se todas aquelas ingratidões fossem feitas ao melhor dos homens,
mas por absurdo não ofendessem a Deus!
Mas elas eram feitas ao Homem-Deus,
e constituíam contra toda a Trindade Santíssima
um pecado supremo.
Eis aí o mal maior da injustiça e da ingratidão.
Este mal não está tanto em ferir os direitos do benfeitor, mas em ofender a Deus.
E de tantas e tantas causas de dor, a que mais Vos fazia sofrer,
Mãe Santíssima, Redentor Divino, era por certo o pecado.
E eu? Lembro-me de meus pecados?
Lembro-me, por exemplo, do meu primeiro pecado,
ou do meu pecado mais recente?
Da hora em que o cometi, do lugar, das pessoas que me rodeavam,
dos motivos que me levaram a pecar?
Se eu tivesse pensado em toda a ofensa que Vos traz um pecado,
teria ousado desobedecer-Vos, Senhor?
Oh, minha Mãe, pela dor do santo Encontro, obtende-me a graça
de ter sempre diante dos olhos Jesus Sofredor e Chagado,
precisamente como O vistes neste passo da Paixão.

Pater Noster. Ave Maria. Gloria Patri.
V. Miserére nostri Dómine.

R. Miserére nostri.
V. Fidélium ánimae per misericordiam Dei
requiéscant in pace.

R. Amen.


V Estação

Jesus ajudado pelo Cirineu a levar a Cruz


V. Adorámus te Christe et benedícimus tibi.

R. Quia per sanctam Crucem tuam redemísti mundum.

Quem era este Simão, que se sabe dele, senão que era de Cirene?
E que sabe o geral dos homens sobre Cirene, senão que era a terra de Simão?
Tanto o homem como a cidade emergiram da obscuridade para a glória,
e para a mais alta das glórias, que é a glória sagrada, num momento
em que bem outros eram os pensamentos do Cirineu.
Vinha ele despreocupado pela estrada. Pensava tão somente
nos pequenos problemas e nos pequenos interesses de que se compõe
a vida miúda da maior parte dos homens.
Mas Vós, Senhor, atravessastes seu trajeto com vossas Chagas,
vossa Cruz, vossa imensa dor.
E a este Simão tocou tomar posição perante Vós.
Forçaram-no a carregar convosco a Cruz.
Ou ele a carregaria mal-humorado, indiferente a Vós, procurando
tornar-se simpático ao povo por meio de algum novo modo
de aumentar vossos tormentos de alma e de corpo;
ou a carregaria com amor, com compaixão, sobranceiro ao populacho, procurando aliviar-Vos, procurando sofrer
em si um pouco de vossa dor, para que sofrêsseis um pouco menos.
O Cirineu preferiu padecer conVosco. E por isto seu nome é repetido com amor, com gratidão, com santa inveja, há dois mil anos, por todos os homens de fé,
em toda a face da Terra, e assim continuará a ser até a consumação dos séculos.

Também pelos meus caminhos Vós passastes, meu Jesus.
Passastes quando me chamastes das trevas do paganismo
para o seio de vossa Igreja, com o Santo Batismo.
Passastes quando meus pais me ensinaram a rezar.
Passastes quando no curso de catecismo comecei a abrir a minha alma
para a verdadeira doutrina católica e ortodoxa.
Passastes na minha primeira Confissão, na minha primeira Comunhão,
em todos os momentos em que vacilei e me amparastes,
em todos os momentos em que caí e me reerguestes, em todos os momentos
em que pedi e me atendestes.

E eu, Senhor? Ainda agora, passais por mim neste exercício da Via-Sacra. O que faço quando Vós passais por mim?

Pater Noster. Ave Maria. Gloria Patri.

V. Miserére nostri Dómine.
R. Miserére nostri.
V. Fidélium ánimae per misericordiam Dei requiéscant in pace.
R. Amen.

VI Estação

A Verônica enxuga o rosto de Jesus

V. Adorámus te Christe et benedícimus tibi.

R. Quia per sanctam Crucem tuam redemísti mundum.


Dir-se-ia, à primeira vista, que prêmio maior jamais houve na história.
Com efeito, que rei teve nas mãos tecido mais precioso do que aquele Véu?
Que general teve bandeira mais augusta? Que gesto de coragem e dedicação
foi recompensado com favor mais extraordinário?
Entretanto, há uma graça que vale muito mais do que a de possuir milagrosamente estampada num véu a Santa Face do Salvador.
No Véu, a representação da Face divina foi feita como num quadro.
Na Santa Igreja Católica, Apostólica, Romana ela é feita como num espelho.
Em suas instituições, em sua doutrina, em suas leis, em sua unidade,
em sua universalidade, em sua insuperável catolicidade,
a Igreja é um verdadeiro espelho no qual se reflete nosso Divino Salvador.
Mais ainda, Ela é o próprio Corpo Místico de Cristo.
E nós, todos nós, temos a graça de pertencer à Igreja,
de sermos pedras vivas da Igreja!
Como devemos agradecer este favor!
Não nos esqueçamos, porém, de que noblesse oblige.
Pertencer à Igreja é coisa muito alta e muito árdua.
Devemos pensar como a Igreja pensa, sentir como a Igreja sente,
agir como a Igreja quer que procedamos
em todas as circunstâncias de nossa vida.
Isto supõe um senso católico real, uma pureza de costumes
autêntica e completa, uma piedade profunda e sincera.
Em outros termos, supõe o sacrifício de uma existência inteira.
E qual é o prêmio? Christianus alter Christus.
Eu serei de modo exímio uma reprodução do próprio Cristo.
A semelhança de Cristo se imprimirá, viva e sagrada, em minha própria alma.
Ah, Senhor, se é grande a graça concedida à Verônica,
quanto maior é o favor que a mim me prometeis!
Peço-Vos força e resolução para, por meio de uma fidelidade a toda prova, verdadeiramente o alcançar.

Pater Noster. Ave Maria. Gloria Patri.

V. Miserére nostri Dómine.

R. Miserére nostri.

V. Fidélium ánimae per misericordiam Dei requiéscant in pace.

R. Amen.



VII Estação

Jesus cai pela segunda vez

V. Adorámus te Christe et benedícimus tibi.

R. Quia per sanctam Crucem tuam redemísti mundum.


Cair, estirar-se ao longo do chão, ficar aos pés de todos,
dar pública manifestação de já não ter força, são estas as humilhações
a que Vos quisestes sujeitar, Senhor, para minha lição.
De Vós ninguém se condoeu. Redobraram as injúrias e os maus tratos.
E enquanto isto vossa graça solicitava em vão, no íntimo
daqueles corações empedernidos, um movimento de piedade.

Mesmo neste momento, quisestes continuar vossa Paixão para salvar os homens. Que homens? Todos, inclusive os que ali estavam,
aumentando de todos os modos a vossa dor.

Em meu apostolado, Senhor, deverei continuar
mesmo quando todas as minhas obras estiverem por terra,
mesmo quando todos se conjugarem para atacar-me,
mesmo quando a ingratidão e a perversidade daqueles
a quem quis fazer bem se voltem contra mim.

Não terei a fraqueza de mudar de caminho para agradá-los.
Minhas vias só podem ser as vossas, isto é, as vias da ortodoxia,
da pureza, da austeridade.
Mas, nos vossos caminhos sofrerei por eles.
E unidas as minhas dores imperfeitas à vossa dor perfeita, à vossa dor infinitamente preciosa, continuarei a lhes fazer bem.
Para que se salvem, ou para que as graças rejeitadas se acumulem sobre eles como brasas ardentes, clamando por punição.
Foi o que fizestes com o povo deicida, e com todos aqueles que até o fim
Vos rejeitaram.


Pater Noster. Ave Maria. Gloria Patri.
V. Miserére nostri Dómine.
R. Miserére nostri.

V. Fidélium ánimae per misericordiam Dei requiéscant in pace.
R. Amen.


VIII Estação

Jesus consola as filhas de Jerusalém

V. Adorámus te Christe et benedícimus tibi.

R. Quia per sanctam Crucem tuam redemísti mundum.

Não faltaram então almas boas, que percebiam a enormidade
do pecado que se praticava, e temiam a justiça divina.
Não presencio eu algum pecado assim?
Hoje em dia, não é bem verdade que o Vigário de Cristo
é desobedecido, abandonado, traído?
Não é bem verdade que as leis, as instituições, os costumes
são cada vez mais hostis a Jesus Cristo?
Não é bem verdade que se constrói todo um mundo, toda uma civilização
baseada sobre a negação de Jesus Cristo?
Não é bem verdade que Nossa Senhora falou em Fátima
apontando todos estes pecados e pedindo penitência?
Entretanto, onde está essa penitência?
Quantos são os que realmente vêem o pecado e procuram apontá-lo,
denunciá-lo, combatê-lo, disputar-lhe passo a passo o terreno,
erguer contra ele toda uma cruzada de idéias, de atos,
de viva força se necessário for?
Quantos são capazes de desfraldar o estandarte da ortodoxia absoluta
e sem jaça, nos próprios lugares onde pompeia a impiedade, ou a piedade falsa? Quantos são os que vivem em união com a Igreja este momento
que é trágico como trágica foi a Paixão, este momento crucial da História,
em que uma humanidade inteira está escolhendo por Cristo ou contra Cristo?
Ah, meu Deus, quantos míopes que preferem não ver nem pressentir
a realidade que lhes entra olhos adentro!
Quanta calmaria, quanto bem-estar miúdo, quanta pequena delícia rotineira! Quanto saboroso prato de lentilhas a comer!
Dai-me, Jesus, a graça de não ser deste número.
A graça de seguir vosso conselho, isto é, de chorar por nós e pelos nossos.
Não de um choro estéril, mas de um pranto que se verte aos vossos pés,
e que, fecundado por Vós, se transforma para nós em perdão,
em energias de apostolado, de luta, de intrepidez.

Pater Noster. Ave Maria. Gloria Patri.
V. Miserére nostri Dómine.
R. Miserére nostri.
V. Fidélium ánimae per misericordiam Dei
requiéscant in pace.
R. Amen.




IX Estação

Jesus cai pela terceira vez

V. Adorámus te Christe et benedícimus tibi.

R. Quia per sanctam Crucem tuam redemísti mundum.

Estais, Senhor meu, mais cansado, mais depauperado, mais chagado, mais exangue do que nunca.
Que Vos espera? Chegastes ao termo? Não.
Precisamente o pior está para suceder. O crime mais atroz ainda está para ser praticado. As dores maiores ainda estão por serem sofridas.
Estais por terra pela terceira vez e, entretanto, tudo isto que ficou para trás não é senão um prefácio.
E eis que Vos vejo novamente movendo este Corpo que é todo ele uma chaga. O que parecia impossível se opera, e mais uma vez Vos pondes de pé lentamente, se bem que cada movimento seja para Vós mais uma dor.
Eis-Vos, Senhor, ereto ainda uma vez... com vossa Cruz. Soubestes encontrar novas forças, novas energias, e continuais. Três quedas, três lições iguais de perseverança, cada qual mais pungente e mais expressiva que a outra.
Por que tanta insistência? Porque é insistente nossa covardia. Resolvemo-nos a tomar nossa cruz, mas a covardia volta sempre à carga. E para que ela ficasse sem pretextos em nossa fraqueza, quisestes Vós mesmo repetir três vezes a lição.
Sim, nossa fraqueza não pode servir-nos de pretexto. A graça, que Deus nunca recusa, pode o que as forças meramente naturais não poderiam.
Deus quer ser servido até o último alento, até a extenuação da última energia, e multiplica nossas capacidades de sofrer e de agir, para que nossa dedicação chegue aos extremos do imprevisível, do inverossímil, do miraculoso.
A medida de amar a Deus consiste em amá-Lo sem medidas, disse São Francisco de Sales.
A medida de lutar por Deus consiste em lutar sem medidas, diríamos nós.
Eu, porém, como me canso depressa!

Nas minhas obras de apostolado, o menor sacrifício me detém, o menor esforço me causa horror, a menor luta
me põe em fuga.
Gosto do apostolado, sim. De um apostolado inteiramente conforme com minhas preferências e fantasias, a que me entrego quando quero, como quero, porque quero. E depois julgo ter feito a Deus uma imensa esmola.
Mas Deus não se contenta com isto.
Para a Igreja, quer Ele toda a minha vida, quer organização, quer sagacidade, quer intrepidez, quer a inocência da pomba mas a astúcia da serpente, a doçura da ovelha mas a cólera irresistível e avassaladora do leão.
Se for preciso sacrificar carreira, amizades, vínculos de parentesco, vaidades mesquinhas, hábitos inveterados, para servir a Nosso Senhor, devo fazê-lo.
Pois que este passo da Paixão me ensina que a Deus
devemos dar tudo, absolutamente tudo,
e depois de ter dado tudo
ainda devemos dar nossa própria vida.

Pater Noster. Ave Maria. Gloria Patri.

V. Miserére nostri Dómine.
R. Miserére nostri.

V. Fidélium ánimae per misericordiam Dei
requiéscant in pace.
R. Amen.




X Estação

Jesus é despojado de seus vestidos

V. Adorámus te Christe et benedícimus tibi.

R. Quia per sanctam Crucem tuam redemísti mundum.

Não Vos seria poupada esta suprema afronta, meu Deus. Aquele Corpo divinamente casto que a Virgem Santíssima protegeu sempre com as faixas e túnicas que lhe fazia, aquele Corpo inexprimivelmente puro haveria de ficar exposto a todos os olhares!
Meu Deus, como não supor que Vós tenhais expiado particularmente neste passo os pecados
contra a castidade?
O martírio da nudez é imenso para uma alma pura. Houve tempo em que, em Cartago, as cristãs conduzidas à arena, tendo vencido miraculosamente as feras, foram submetidas a martírio ainda maior pelos magistrados, que as expuseram nuas diante do auditório, alegando saberem que elas prefeririam mil vezes morrer estraçalhadas pelas feras. E tinham razão.
Se assim sofriam as mártires, como sofrestes Vós,meuDeus?
E se tão grande é vosso divino horror à impureza e à impudicícia, com que ódio não odiais, Senhor, aqueles que abusam de sua riqueza propagando modas indecentes, por meio de representações cinematográficas e teatrais, por meio de revistas e fotografias, por meio do exemplo funesto que as classes altas dão às mais modestas?
Como não odiais aqueles que abusam de sua autoridade, forçando as empregadas, as filhas e até as esposas a se vestir de modo indecoroso para seguir as fantasias da época? Deles é que dissestes no Evangelho: "Melhor seria que se lhes atasse uma pedra ao pescoço, e fossem atirados ao fundo do mar" (Mt. XVIII, 6).
Dai, a todos os que tem por incumbência combater a moda imoral, coragem para tanto meu Deus. Aos pais, às mães, aos professores, aos patrões, e aos membros das associações religiosas.

Pater Noster. Ave Maria. Gloria Patri.

V. Miserére nostri Dómine.
R. Miserére nostri.
V. Fidélium ánimae per misericordiam Dei
requiéscant in pace.
R. Amen.


XI Estação

Jesus pregado na Cruz


V. Adorámus te Christe et benedícimus tibi.

R. Quia per sanctam Crucem tuam redemísti mundum.


A impiedade escolheu para Vós, meu Senhor,
o pior dos tormentos finais.
O pior, sim, pois que é o que faz morrer lentamente, o que produz sofrimentos maiores, o que mais infamava,
porque era reservado aos criminosos mais abjetos.
Tudo foi aparelhado pelo inferno para Vos fazer sofrer,
quer na alma, quer no corpo.
Este ódio imenso não contém para mim alguma lição?
Ai de mim, que jamais a compreenderei suficientemente se não chegar a ser santo.
Entre Vós e o demônio, entre o bem e o mal,
entre a verdade e o erro, há um ódio profundo, irreconciliável, eterno.
As trevas odeiam a luz, os filhos das trevas
odeiam os filhos daluz.
E a luta entre uns e outros durará até
a consumação dos séculos, e jamais haverá paz entre
a raça da Mulher e a raça da Serpente...
Para que se compreenda a extensão incomensurável,
a imensidade deste ódio, contemple-se tudo
quanto ele ousou fazer.
É o Filho de Deus que aí está, transformado, na frase da Escritura, em um leproso no qual nada existe de são, num ente que se contorce como um verme sob a ação da dor, detestado, abandonado, pregado numa cruz entre dois vulgares ladrões. O Filho de Deus: que grandeza infinita, inimaginável, absoluta, se encerra nestas palavras! Eis, entretanto, o que o ódio ousou contra o Filho de Deus!
E toda a História do mundo, toda a História da Igreja
não é senão esta luta inexorável entre os que são de Deus
e os que são do demônio, entre os que são da Virgem
e os que são da serpente.
Luta na qual não há apenas equívoco da inteligência, nem só fraqueza, mas também maldade, maldade deliberada, culpada, pecaminosa, nas hostes angélicas e humanas que seguem a Satanás.
Eis o que precisa ser dito, comentado, lembrado, acentuado, proclamado, e mais uma vez lembrado aos pés da Cruz.
Pois que somos tais, e o liberalismo a tal ponto nos desfigurou, que estamos sempre propensos a esquecer este aspecto imprescindível da Paixão.
Conhecia-o bem a Virgem das Virgens, a Mãe de todas as dores, que junto de seu Filho participava da Paixão.
Conhecia-o bem o Apóstolo virgem que aos pés da Cruz recebeu Maria como Mãe, e com isto teve o maior legado que jamais foi dado a um homem receber.
Porque há certas verdades que Deus reservou para os puros,
e nega aos impuros.

Minha Mãe, no momento em que até o bom ladrão
mereceu perdão, pedi que Jesus me perdoe toda a cegueira com que tenho considerado a obra das trevas
que se trama em redor de mim.

Pater Noster. Ave Maria. Gloria Patri.
V. Miserére nostri Dómine.
R. Miserére nostri.
V. Fidélium ánimae per misericordiam Dei requiéscant in pace.
R. Amen.






XII Estação

Jesus morre na Cruz

V. Adorámus te Christe et benedícimus tibi.

R. Quia per sanctam Crucem tuam redemísti mundum.

Já não estais por terra, meu Deus.
A Cruz lentamente se levantou. Não para Vos elevar,
mas para proclamar bem alto vossa ignomínia,
vossa derrota, vosso extermínio.
Entretanto, era o momento de se cumprir o que Vós mesmo havíeis anunciado: "Quando for elevado, atrairei a Mim todas as criaturas" (Jo. XII, 32).
Em vossa Cruz, humilhado, chagado, agonizante, começastes a reinar sobre esta terra.
Numa visão profética, víeis todas as almas piedosas de todos os tempos, que vinham a Vós.
Víeis o recato e o pudor das Santas Mulheres, que ali partilhavam de vossa dor e com esse alimento espiritual se santificavam.
Víeis as meditações de São Pedro e dos Apóstolos sobre vossa Crucifixão, víeis as meditações de Lino, Cleto, Clemente, Sixto, Cornélio, Cipriano, Inês, Cecília, Anastácia, todos aqueles Santos que vossa Providência quis que fossem diariamente e no mundo inteiro mencionados durante o Sacrifício da Missa, porque a oblação da santidade deles se fez em união
com a oblação de vossa Crucifixão.
Víeis os missionários beneditinos que, conduzindo vossa Cruz pelas selvas da Europa, conquistavam mais terras que as legiões romanas.
Víeis São Francisco que do Monte Alverne Vos adorava, e ouvíeis a pregação de São Domingos.
Víeis Santo Inácio ardendo em zelo pelo Crucifixo, reunindo em torno de Vós as falanges dos retirantes dos Exercícios Espirituais.
Víeis os missionários que percorriam o Novo Mundo para propagar o vosso Crucifixo.
Víeis Santa Teresa chorando a vossos pés.
Víeis vossa Cruz luzindo na coroa dos Reis.
Meu Deus, na Cruz é que começou vossa glória, e não na Ressurreição.
Vossa nudez é um manto real. Vossa coroa de espinhos é um diadema sem preço.
Vossas chagas são vossa púrpura.
Oh Cristo-Rei, como é verdadeiro considerar-Vos na Cruz como um Rei.
Mas como é certo que nenhum símbolo exprime melhor a autenticidade dessa realeza quanto a realidade histórica de vossa nudez, de vossa miséria, de vossa aparente derrota!

V. Miserére nostri Dómine.
R. Miserére nostri.
V. Fidélium ánimae per misericordiam Dei
requiéscant in pace.
R. Amen.






XIII Estação

Jesus é depositado nos braços de sua Mãe

V. Adorámus te Christe et benedícimus tibi.
R. Quia per sanctam Crucem tuam redemísti mundum.

A Redenção se consumou. Vosso Sacrifício se fez inteiro. A Cabeça sofreu quanto tinha de sofrer. Restava aos membros do corpo sofrer também. Junto à Cruz estava Maria. Para que dizer uma palavra que seja, sobre o que Ela sofreu? Parece que o próprio Espírito Santo evitou de descrever a pungência da dor que inundava a Mãe como reflexo da dor que superabundou no Filho. Ele só disse: "Vós, que passais pelo caminho, atentai e vede se há dor semelhante à minha dor" (Jer. I, 12). Só uma palavra a pode descrever: não teve igual em todas as puras criaturas de Deus.

Nossa Senhora da Piedade!
É assim que o povo fiel invoca a Nossa Senhora
quando A contempla sentada, com o cadáver divino do Filho ao colo.
Piedade, porque toda Ela não é senão compaixão. Compaixão do Filho. Compaixão dos filhos, porque Ela não tem só um filho.
Mãe dEle, tornou-se Mãe de todos os homens.
E Ela não tem apenas compaixão do Filho, tem também dos filhos.
Ela olha para nossas dores, nossos sofrimentos,
nossas lutas.
Ela sorri para nós no perigo, chora conosco na dor, alivia nossas tristezas e santifica nossas alegrias.
O próprio do coração de Mãe é uma íntima participação em tudo o que faz vibrar o coração dos filhos.
Nossa Senhora é nossa Mãe. Ela ama muito mais a cada um de nós individualmente, ainda ao mais miserável e pecador, do que poderia fazê-lo o amor somado de todas as mães do mundo por um filho único.
Persuadamo-nos bem disto. É a cada um de nós. É a mim. Sim, é a mim, com todas as minhas misérias, minhas infidelidades tão asperamente censuráveis, meus indesculpáveis defeitos. É a mim que Ela ama assim. E ama com intimidade.
Não como uma Rainha que, não tendo tempo para tomar conhecimento da vida de cada um dos súditos, acompanha apenas em linhas gerais o que eles fazem.
Ela me acompanha a mim, em todos os pormenores de minha vida. Ela conhece minhas pequenas dores, minhas pequenas alegrias, meus pequenos desejos.
Ela não é indiferente a nada.
Se soubéssemos pedir, se compreendêssemos a importunidade evangélica como uma virtude admirável, como saberíamos ser minuciosamente importunos com Nossa Senhora!
E Ela nos daria na ordem da natureza, e principalmente na ordem da graça, muitíssimo mais do que jamais ousaríamos supor.
Nossa Senhora da Piedade! Tanto valeria, ou quase, dizer Nossa Senhora da Santa Ousadia.

Porque o que mais pode estimular a santa ousadia, ousadia humilde, submissa e conformada de um miserável, que a piedade maternal inimaginável
de quem tudo tem?

Pater Noster. Ave Maria. Gloria Patri.
V. Miserére nostri Dómine.
R. Miserére nostri.
V. Fidélium ánimae per misericordiam Dei
requiéscant in pace.
R. Amen.





XIV Estação
Jesus é depositado no sepulcro

V. Adorámus te Christe et benedícimus tibi.
R. Quia per sanctam Crucem tuam redemísti mundum.

Ao mesmo tempo que as pesadas lajes do sepulcro
velam o Corpo do Salvador aos olhares de todos,
a fé vacila nos poucos que haviam permanecido
fiéis a Nosso Senhor.
Mas há uma lâmpada que não se apaga, nem bruxuleia,
e que arde só ela plenamente, nesta escuridão universal. É Nossa Senhora, em cuja alma a fé brilha tão intensamente como sempre.
Ela crê. Crê inteiramente, sem reservas nem restrições. Tudo parece ter fracassado. Mas Ela sabe que nada fracassou.
Em paz, aguarda Ela a Ressurreição.
Nossa Senhora resumiu e compendiou em Si a Santa Igreja nesses dias de tão extensa deserção.
Nossa Senhora, protetora da fé.
É este o tema da presente meditação. Da fé e do espírito de fé, ou seja, do senso católico.
Hoje, a muitos olhos, as possibilidades de restauração plena de todas as coisas segundo a lei e doutrina
de Nosso Senhor Jesus Cristo parecem tão irremediavelmente sepultadas quanto aos Apóstolos parecia irremediavelmente sepultado
Nosso Senhor em seu sepulcro.
Os que têm devoção a Nossa Senhora recebem dEla,entretanto,
o inestimável dom do senso católico.
E, por isto, eles sabem que tudo é possível, e que a aparente inviabilidade dos mais ousados e extremados sonhos apostólicos não impedirá uma verdadeira ressurreição se Deus tiver pena do mundo,
e o mundo corresponder à graça de Deus.
Nossa Senhora nos ensina a perseverança na fé,
no senso católico e na virtude do apostolado destemido — "Fides intrepida" — mesmo quando parece tudo perdido. A Ressurreição virá logo. Felizes dos que souberem perseverar como Ela, e com Ela. Deles serão as alegrias, em certa medida as glórias do dia da Ressurreição.

Pater Noster. Ave Maria. Gloria Patri.
V. Miserére nostri Dómine.
R. Miserére nostri.
V. Fidélium ánimae per misericordiam Dei
requiéscant in pace.
R. Amen.






sexta-feira, março 14, 2008






Polícia indicia 12 por garota em cela masculina no Pará

Comentário:

Luiz Carlos Siqueira Campos

A solução dada ao caso permitirá sondar até que ponto a noção de honra
ainda está viva na sociedade brasileira.

Tem-se conhecimento de que a situação dos presos neste sistema carcerário está entre as piores do mundo civilizado. Creio que nem nos "gulags" soviéticos o detento estava exposto a tamanha degradação...
Mas, por razões que explicam mas não justificam - antes de tudo, a impunidade virtual de que gozam os criminosos no Brasil - a sociedade "bem" não se sente concernida e se omite,indiferente. Talvez imaginando que jamais cairá na situação de um (justa ou injustamente) condenado.

É um pesadelo, mas não perturba os sonhos hedonistas de um burguês abastado. Se um membro da família por uma razão qualquer é ameaçado de prisão, tem-se um sobressalto...mas paga-se o "achaque" e esquece-se o assunto.
Entretanto, como os campos de concentração comunistas ou nazistas, as prisões brasileiras fornecem o elemento aterrorizante para o esquema de "amaciamento" das resistências ao Poder dominante...

Criança nascida na India, com quatro faces.


Fim dos tempos...

A humanidade, flagelada pelo Pecado de Revolução* que, cometido na Cristandade, contagia hoje o mundo inteiro, parece estar chegando aos tempos apocalípticos.
Assim, certas anomalias de ordem genética que sempre nos acompanharam neste vale de lágrimas, parecem estar se aprofundando e se multiplicando pela face desta
terra devastada pelos pecados de seus habitantes,
tanto
individuais como coletivos, nacionais, globais.
Pedindo a compreensão de eventuais leitores desta página, passarei a divulgar
o que for reproduzível numa publicação que timbra em não ultrapassar

os estritos limites da moralidade católica tradicional.

Com que finalidade? Para que se possa formar uma visão de conjunto destes flagelos e reconhecer neles a manifestação da Justiça Divina que deve preceder a misericordiosa restauração da sociedade humana e do próprio homem.... O Reino de Maria, para o advento do qual estão voltadas todas as esperanças manifestadas nestas páginas.
Pois, ao mostrar a ruína de um mundo constituido sem Deus, contra Deus,
o que desponta além deste ocaso, da noite que se seguirá, é o Reino do Sol da Justiça, Nosso Senhor Jesus Cristo, Filho de Maria.

* Ver "Revolução e Contra-revolução" de Plinio Corrêa de Oliveira.